Omotesando
22.04.2007
Subo a rua principal de Omotesando. Há um clima de Boulevard Saint Germain, só que mais limpo e com lojas muito mais luxuosas e imponentes. Em Paris, a Dior ou a Ralph Lauren não tem prédios tão espetaculares como esses. Fica a impressão de que os japoneses botaram a Europa no bolso e deixaram o troco na mesa. Pelas calçadas largas, muita gente flanando, clima de desfile de modas. Como tanta gente pode trabalhar, estudar e fazer nada ao mesmo tempo e com tanta eficiência?
Sigo com a primeira impressão: os turistas parecem mendigos. Quando cruzo com outro ocidental, fico sinceramente constrangido. Em cinco dias, ganho a certeza de que somos inferiores sem que nenhum japonês tenha precisado me dizer isso.
Numa esquina, uma equipe de TV me pára. A NHK quer me entrevistar sobre... Tomates. Perguntam num inglês infantil sobre como eu gosto de tomates, qual o gosto de tomate, com que eu gosto de comer tomate etc. Respondo tudo com cara de idiota, ao que eles vão dizendo “vely gud!” Pergunto para que programa é, o assistente me diz que é um programa sobre “ciências”.
Saio com a certeza que estavam me sacanenando e que “to-ma-to” deve ser algo como merda ou caralho em japonês. (Depois me disseram que tomato é tomato mesmo, o que faz tudo ser mais esquisito).
Subindo a avenida até o final, há uma espécie de Soho que vira Candem Town: Harajuku. Confluências de pequenas ruas de casas baixas onde funcionam lojas e mais lojas de roupa, de todos os tipos. Preços variam das centenas de dólares até algumas pechinchas – para o padrão deles. Meninas vestidas de boneca, góticos, punks etc. O adolescente médio usa blazer e sapatos pontudos. Entro numa galeria de arte feita numa casa meio abandonada. Num pequeno jardim, estudantes acampam.
Atrás da estação de Harajuku, fica o imponente Templo Meiji, dentro de um bosque enorme. Sento por ali e fico olhando senhoras de quimono fazendo arranjos com flores (Ikebana) num canto do pátio geométrico. Corvos grasnam e hordas de meninas com roupa de colegial aterrissam no templo. Senhores tocam o sino, amarram seus desejos em árvores centenárias. A luz do sol nos ilumina filtrada pelo verde dos galhos.
Subo a rua principal de Omotesando. Há um clima de Boulevard Saint Germain, só que mais limpo e com lojas muito mais luxuosas e imponentes. Em Paris, a Dior ou a Ralph Lauren não tem prédios tão espetaculares como esses. Fica a impressão de que os japoneses botaram a Europa no bolso e deixaram o troco na mesa. Pelas calçadas largas, muita gente flanando, clima de desfile de modas. Como tanta gente pode trabalhar, estudar e fazer nada ao mesmo tempo e com tanta eficiência?
Sigo com a primeira impressão: os turistas parecem mendigos. Quando cruzo com outro ocidental, fico sinceramente constrangido. Em cinco dias, ganho a certeza de que somos inferiores sem que nenhum japonês tenha precisado me dizer isso.
Numa esquina, uma equipe de TV me pára. A NHK quer me entrevistar sobre... Tomates. Perguntam num inglês infantil sobre como eu gosto de tomates, qual o gosto de tomate, com que eu gosto de comer tomate etc. Respondo tudo com cara de idiota, ao que eles vão dizendo “vely gud!” Pergunto para que programa é, o assistente me diz que é um programa sobre “ciências”.
Saio com a certeza que estavam me sacanenando e que “to-ma-to” deve ser algo como merda ou caralho em japonês. (Depois me disseram que tomato é tomato mesmo, o que faz tudo ser mais esquisito).
Subindo a avenida até o final, há uma espécie de Soho que vira Candem Town: Harajuku. Confluências de pequenas ruas de casas baixas onde funcionam lojas e mais lojas de roupa, de todos os tipos. Preços variam das centenas de dólares até algumas pechinchas – para o padrão deles. Meninas vestidas de boneca, góticos, punks etc. O adolescente médio usa blazer e sapatos pontudos. Entro numa galeria de arte feita numa casa meio abandonada. Num pequeno jardim, estudantes acampam.
Atrás da estação de Harajuku, fica o imponente Templo Meiji, dentro de um bosque enorme. Sento por ali e fico olhando senhoras de quimono fazendo arranjos com flores (Ikebana) num canto do pátio geométrico. Corvos grasnam e hordas de meninas com roupa de colegial aterrissam no templo. Senhores tocam o sino, amarram seus desejos em árvores centenárias. A luz do sol nos ilumina filtrada pelo verde dos galhos.
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